Durante os meses mais frios do ano, os casos de doenças respiratórias aumentam — especialmente os provocados pelo vírus Influenza, causador da gripe. Embora seja comum, a gripe pode evoluir com complicações, principalmente em crianças pequenas, idosos e pessoas com doenças crônicas.
O que é a gripe (Infecção por Influenza)?
A gripe é uma infecção respiratória aguda causada pelos vírus Influenza A e B, que circulam de forma sazonal. Ela se diferencia do resfriado comum por apresentar sintomas mais intensos e potencial para complicações pulmonares.
Os sintomas mais frequentes incluem:
- Febre alta e de início súbito
- Dor muscular e nas articulações
- Tosse seca e persistente
- Dor de garganta
- Cansaço intenso
- Calafrios, dor de cabeça e mal-estar
Em crianças, também podem ocorrer sintomas gastrointestinais como vômito e diarreia. Já em idosos, a febre pode ser discreta ou ausente, o que pode atrasar o diagnóstico.
Quais tipos de vírus causam gripe?
- Influenza A: pode infectar humanos e animais. É o tipo com maior potencial de causar pandemias. Subtipos como H1N1 e H3N2 continuam circulando entre nós.
- Influenza B: afeta apenas humanos e também está associado a surtos sazonais.
- Influenza C e D: são mais raros e, até o momento, têm pouco impacto em saúde pública.
Por que os casos aumentam no frio?
Durante o outono e o inverno, vários fatores contribuem para o aumento das infecções respiratórias:
- Permanência em ambientes fechados e pouco ventilados
- Ar seco, que resseca as mucosas das vias aéreas
- Redução da imunidade em dias frios ou com mudanças bruscas de temperatura
Essas condições favorecem a circulação do vírus da gripe e de outros agentes respiratórios, como rinovírus e VSR.
Gripe: quando se preocupar?
Na maioria dos casos, os sintomas duram de 5 a 7 dias. No entanto, algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver complicações, como:
- Crianças menores de 5 anos (especialmente menores de 2 anos)
- Idosos
- Gestantes e puérperas
- Pessoas com doenças crônicas (respiratórias, cardíacas, metabólicas, neurológicas)
- Imunossuprimidos
- Pessoas com obesidade grave
Entre as complicações mais frequentes estão:
- Pneumonia viral ou bacteriana
- Otite e sinusite
- Desidratação
- Agravamento de doenças pré-existentes
Mesmo sintomas leves podem merecer atenção — especialmente em pessoas com asma, bronquite, DPOC ou histórico de infecções respiratórias frequentes.
Existe tratamento específico para gripe?
Sim. Há medicamentos antivirais que podem ser utilizados em casos com indicação clínica, principalmente quando iniciados nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. O uso precoce pode ajudar a reduzir a gravidade da doença e o risco de complicações, especialmente em pessoas com fatores de risco.
No entanto, a automedicação não é recomendada. Apenas um médico pode avaliar a necessidade de tratamento específico e orientar a melhor conduta.
Como prevenir a gripe?
A vacinação anual contra Influenza é a medida mais eficaz para prevenir a gripe e suas complicações. A vacina é atualizada a cada ano com base nas cepas virais mais prevalentes e é indicada para todas as pessoas a partir dos 6 meses de idade, com prioridade para os grupos de risco.
Além da vacina, outras medidas ajudam a reduzir a transmissão:
- Lave as mãos frequentemente com água e sabão ou use álcool gel
- Cubra o nariz e a boca ao tossir ou espirrar
- Evite ambientes fechados e aglomerações
- Mantenha os ambientes bem ventilados
- Não compartilhe objetos de uso pessoal
- Mantenha uma alimentação equilibrada e boa hidratação
Quando procurar um pneumologista?
Se você apresenta sintomas gripais recorrentes, dificuldade para respirar, ou faz parte de grupos com maior risco de complicações, o acompanhamento com pneumologista pode ajudar no diagnóstico, no tratamento e na prevenção de infecções respiratórias.
O atendimento pode ser realizado presencialmente ou por teleconsulta, conforme a necessidade.